A pandemia do covid-19 trouxe muitos desafios para o meio corporativo, com os protocolos de segurança e o trabalho home office muitas tratativas necessitaram de mudanças. Os especialistas em recursos humanos e comunicação interna tiveram que revisar a forma de comunicar e engajar os profissionais que eram encaminhados para suas casas para se proteger da covid-19 — além de redobrar o cuidado com os avisos para aqueles indivíduos que precisavam continuar trabalhando presencialmente.
“Por mais que seja um momento de milhões de perdas, houve também o crescimento da relevância da comunicação dentro das companhias”, diz Hamilton Santos, diretor-geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). A instituição fez uma pesquisa que mostra essa necessidade de comunicação nas companhias. O relatório aponta que a comunicação interna (83%), a gestão de crises e riscos (71%) e os eventos (70%) são os processos que estão sendo mais impactados pela pandemia. Além disso, 98% das companhias têm desenvolvido ações para conscientização das questões envolvendo a covid-19.
Além do mais, nesse período foi amplamente divulgado fake news e, então, as empresas precisaram evitar que seus colaboradores fossem disseminadores e consumidores de notícias falsas. Afinal, os funcionários são bombardeados por informações de todos os lados — pela imprensa, pelos amigos e familiares e pelos diversos grupos de WhatsApp da própria empresas. Pensando nisso, muitas empresas levaram médicos e especialistas para orientar os funcionários a respeito dos protocolos de segurança, para ajudar a dar um panorama mais completo da situação, com muita clareza e transparência.
A preocupação com a saúde mental também se tornou um assunto recorrente nas empresas. Essa questão precisou sair do papel e foi levada para as lives, as reuniões e as conferências. Mais do que contratar serviços de apoio à saúde mental dos funcionários, o tema foi incorporado ao discurso corporativo.
Ainda que pareça contraditório, na pandemia o discurso humanizado foi mais usado nos diálogos do trabalho. O senso de comunidade se fortaleceu na pandemia, não dá mais para começar uma reunião falando de metas e de entregas. É preciso conversar, saber como a equipe está e abrir para a conversa. Uma grande parcela das pessoas está em suas casas, se equilibrando entre trabalho profissional e tarefas domésticas.
A pandemia trouxe muitas perdas e sofrimentos para as pessoas, mas para além da tragédia, a pandemia forçou as empresas a aprender a se comunicar melhor com seus funcionários. E ressaltou a importância do papel do comunicador trabalhando ao lado do departamento de RH e das lideranças. O importante é que todos estão buscando uma nova maneira de conversar, de atingir as metas e de engajar.
Fonte: https://vocerh.abril.com.br
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